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Caramel

maio 23, 2011

Eu sempre gostei de assistir filmes que não conheço, dos quais nunca tinha ouvido falar. A ausência de expectativas e de pré-idéias é excitante e cresce a medida em que os enredos se desenvolvem. O cinema me conquista ou afasta por diversos fatores, inumeráveis.
Certa vez me falaram que um filme tem dez minutos para envolver o espectador, se após esse período você não se interessar, o filme é ruim. Que grande besteira né? O filme que me encanta em 2 minutos pode demorar 12 para envolver outra pessoa e por aí vai. Mas com isso em mente, sempre me atento a o que me chama atenção.
Caramelo foi um filme que assisti sexta-feira, 20, na Mostra Internacional de Cinema da Cultura. Trata-se de uma produção Libanesa.
Como eu gosto, a história é simples, real e possível. De largada, na abertura fiquei encantada com a trilha sonora e com a fotografia. Em Beirute, mulheres e salão de beleza. Uma é amante de um homem casado e que sonha com o dia em que ele se separará; outra está prestes a se casar mas não é mais virgem; outra é homossexual; uma teme envelhecer e uma abre mão de sua vida para cuidar de uma irmã mais velha.
A produção é de 2007 e trás um bom retrato da sociedade libanesa moderna. Ficam evidenciados os choques entre as gerações, os avanços na independência da mulher e o conservadorismo do Estado.
Um filme em que, nos primeiros diálogos o policial pede para o motorista sair do carro e esse responde “não vou sair, entre você”, ganha o respeito logo de cara e mostra potencial de genialidade. Tão rico quanto é o diálogo fictício entre outro policial e a personagem principal que fala ao telefone. Chama a atenção a personagem de senhora quase louca que canta e grita com maquiagem carregada numa impressionante interpretação de Aziza Semaan.
A trilha sonora é um narrador em potencial, responsável por dar sentido à expressões sem diálogo.
O filme não tem fim. Pois bem, relações, crises e vidas tão complexas não se criam ou terminam do nada. Eu gostei e indico.

From → Variados

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